HESTÓRIA
H ESTÓRIA
RECORDO ONTEM TAL
QUAL FOSSE AGORA
UM PERÍODO
DESVAIRADO E SANGRENTO
ME PRECEDE
NOVAMENTE UMA AURORA
MAS SOBRARAM EM
MIM GRANDES LAMENTOS
AS ESTRELAS ME
SERVIAM DE ALICERCE
COM O BRILHO OS
ESTAMPIDOS ROSICLER
DO AMONTOADO DE
PRAÇAS SEMPRE INERTES
CHORAVAM O IDOSO,
A CRIANÇA E A MULHER
EM MEIO A ESTE
ANSEIO SEM AFÃ
SENTI MEU CORPO
CAIR EM DECADÊNCIA
VI DE PERTO O
DESCERRAR DE UMA ROMÃ
E SUAS ESTILHAS ME
FURTARAM A CONSCIÊNCIA
SUBITAMENTE O
MOTIM FICOU SERENO
EM INDOLÊNCIA
CONHECI MINHA MISSÃO
QUE ME FOI DITO DE
FEITIO MAIS QUE AMENO
EM SONS QUE
RETUMBAVAM UMA CANÇÃO
QUEM ME ABRANDAVA
NO VAZIO DE MEU LEITO
VELANDO, CENSURAVA
MINHA GLÓRIA
"TAL ENFERMIDADE QUE CARREGAS EM TEU PEITO
É O QUE DESVANECES SER O ÓSCAR DA VITÓRIA"
SEU MONÓLOGO NO TEOR
ME APRAZEIRAVA
POIS O TEMA
ABARCAVA O MEU MUNDO
MAS A FATIGA QUE
EU DO SAIO DORSAVA
SEM CONTENÇÃO ME
LOGROU SONO PROFUNDO
SAÍ DA INÉRCIA COM
VASTA EXCITAÇÃO
DEPAREI-ME
CORRENDO COMO INSANO
RIVALIZANDO A
VANGUARDA DA MULTIDÃO
IGNORANDO A
INSIPIÊNCIA DE MEU PLANO
A CELERIDADE FEZ
DE MIM VITORIOSO
A COMPETIÇÃO DE
TAL FORMA ARQUEJANTE
DESCONHECENDO O
PRÊMIO ADMIRÁVEL E GLORIOSO
O SONO SE VERTEU
EM ESTRANHO AMANTE
NOSSO AMOR SE
ALIAVA A DEVANEIOS
EM MEIO A FANTASIA
SEM FUNDAMENTO
EU BUSCAVA
AVIVAR-ME POR TODOS OS MEIOS
MAS O QUE SEMPRE
ME RETIA ERA O ACALENTO
MINHA ÚNICA VISÃO
ERA O NEGRUME
AS IMAGENS ME
VINHAM COMO SOM
ATÉ QUE UM DIA ME
OFUSCOU UM FORTE LUME
DO SOM DA IMAGEM
SURGIU UM ANJO BOM
SAÍ DA GRUTA
ENVOLVENDO A VIRTUOSA
NOVO AMOR NASCEU
NAQUELE INSTANTE
ENTORPECI-ME COM A
CARÍCIA AFETUOSA
E OS LÁBIOS NOS
SEIOS DA AMANTE
MINHA PÁTRIA ERA
AGORA O SEU LAR
OS COSTUMES A
SABER TÃO DIFERENTES
IDIOMA QUE BUSQUEI
CRUZAR O MAR
JUNTO AO FRUTO ME
TORNEI UMA SEMENTE
REGADO COM A
DOUTRINA DE UMA JOVEM
FECUNDADO COM O
DESVELO DE MARIA
DE SEU CORPO
SEGREGAVA O MEU PÓLEN
E A VIDA SERENAVA
A ASTASIA
JÁ NÃO TINHA MAIS
AS FARDAS DA BATALHA
OLVIDAVA OS
MANDATOS DA MISSÃO
EM MINH´ALMA
FUNDOU-SE UMA MURALHA
ABRIGANDO O
DESPERTAR DE UM BOTÃO
IRROMPEU AO FLORIR
VINDO DO SONO
O ADÃO A
CULTIVAR-ME COMO MÉDICO
PERFILHADO ERA,
AGORA SENDO GOMO
SENTI NA PELE SER
HOMÔNIMO DE ÉDIPO
PRIMAVERAS ME
EXPLANARAM QUE O CONSORTE
ME NUTRIA COM
ESPÍRITO DE LUZ
ASPIRANDO MEU
PORVIR DE BRIDA FORTE
ENTENDI QUE AQUELE
ERA MEU JESUS
AO SANAR ME
TRANSPUS A NAVEGAR
NO RIO DAS ERAS,
GUIADO PELA LUA
SOB O TRONCO QUE
TARDEI A GOVERNAR
CUJA FOZ DESAGUAVA
EM MINHA RUA
TRIPULANTES
COMPUNHAM MINHA CLASSE
CADA PORTO
REVELAVA UMA LIÇÃO
AINDA QUE A
BORRASCA NOS ROTEASSE
MEU CAUDILHO
ESTEAVA NO TIMÃO
ANCOREI MINHA
BARCA A UMA MILHA
PRECATADO POR TER
SIDO PREMUNIDO
DE UM CICLO QUE
JULGUEI SER UMA ILHA
DA TUTORIA ACABEI
SENDO EXIMIDO
ATRAQUEI ENCETANDO
MINHA OBRA
EDIFICANDO NO ATOL
MEU COPÉ
COM A ALFORRIA,
ERA A MINHA A MANOBRA
TÃO SÓ, CONHECI O
QUE UM CRUZO É
EU MEDRAVA COM A
CHUVA DE MEU RIO
ENTREVENDO NO
MIRANTE O HORIZONTE
DA ECO QUE NA
LÓGICA DA BIO
RAIA A SEIVA DA
TERRA E DO MONTE
A GAIVOTA
REGRESSANDO AO NINHAL
COM A RAFA
OFERTANDO COMO PÃO
ALCANÇANDO TER NO
ÉDEN O JOVIAL
DEGREGADO AO ASPIRAR
SER UM FERNÃO
DE VELA ERGUIDA E
LIVRE DA FATEIXA,
ME DEIXEI À MERCÊ
DE MEU FADÁRIO
DO NASCER E PÔR
DOS ASTROS FEITO GUEIXA
FLUIU A ÂNSIA
PREMATURA DO ERÁRIO
POR SER DA MESMA
CASTA AS DUAS MÃOS
A DESTRA COIBIA
SUA MANA
DE INFUNDIR EM SEU
SANGUE A AMBIÇÃO
TORNANDO INSALUBRE
A MENTE SANA
AO OUVIR MEU
ESTEIRO O QUE É SENSATO
EM MEU ERMO TRACEI
O MEU JUÍZO
AMPUTEI O PERSONA
QUAL FUI NATO
VESTI A SAGA E
VOLTEI AO PARAÍSO
TORNEI A OUVIR O
SOM DOS ESTAMPIDOS
COM SAUDADES, VI A
VIDA PELA TELA
UM FULGOR ME
LIVROU DOS OPRIMIDOS
EM MEU BARCO
ERIGIU-SE OUTRA VELA
Edson Depieri
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