BEM-TE-VI, PALIMPSESTO DO ADEUS

BEM-TE-VI , PALIMPSESTO DO ADEUS BEM primeira sílaba do universo, luz inaugural que aprendeu a dizer “sim”. TE fio tênue entre quem ama e quem já é memória. VI verbo do instante: vi-te subir além do alcance e o céu cravou em mim a tua cura de infinito. Bem-te-vi ou será vi-te-bem? Nas costas do tempo, as duas frases cabem como asas sobrepostas: a que parte, a que permanece. Be - resto de um beijo que o vento traduziu em pássaro. Bem-te - juramento soterrado na pausa de um canto. Bem-te-vi - epifania ao contrário: um som que volta vazio e, no vazio, engravida o silêncio de sentido. se todo voo é pergunta, teu canto foi resposta que não sabia o nome das coisas, mas sabia amar. bem na dobra secreta do mundo, ainda é manhã te teço contigo um ninho de lembranças vi vejo-me inteiro só quando ecoa o teu trinado bem.te.vi tríplice pulso que reli...